terça-feira, 26 de agosto de 2008

Primeiro que meu celular parou de funcionar. Não bastasse estar sem créditos há mais de mês, agora nem receber ligações espasmódicas de gente me chamando pra dividir conversas eu mais recebo. O carregador simplesmente pensou, Ah, pra quê, né?, existir? E parou de funcionar, perdeu totalmente seu sentido de ser, sua missão nesta vida, oh meus deuses. Quem não tem dinheiro pra o ônibus da faculdade terá de se deslocar (a pé?) até a loja da operadora e rezar pra não ter que gastar o dinheiro que não se tem pra resolver o problema existencial do carregador.

Ficar sem celular em Natal é correr o risco de decepcionar o próprio assaltante.

- Passa o celular, caralho.
- Rapaz, pega aí, mas o bicho está sem crédito há séculos, o carregador não funciona; sem contar que é o modelo mais barato que eu encontrei na loja veada que cobra 100 reais pra gente gastar dinheiro tendo que pôr créditos todo mês, mesmo sem usá-los por inteiro.
- É o quê? Passa o celular, porra.
- É o carregador, meu senhor, ele precisa fazer terapia. Será que uma bioenergética funcionaria, ou seria melhor uma behaviorista?

Eu avisei.