segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Às vezes eu pego o ônibus do percurso mais longo para trabalhar. Gosto de inventar rotas, corroborar a linha reta dos dias úteis. As vozes dos passageiros estão cheias de bocejos. Curto a vista em placas de aluga-se nas varandas de pequenos apartamentos. Vesti uma camisa xadrez mas preferia a azul que secava no varal. Meu cachorro acordou mais cedo do que eu, não sei que compromisso ele tem todas as manhãs. Quando várias pessoas descem do ônibus eu acho que elas correm para o mesmo destino. Sou o único que desce no ponto final. Sou aquele que permanece no percurso até o fim. Mas acho que vamos sim a um só lugar. Nós e os cães. Já que, no fim dos dias, todos nos encontramos numa noite coletiva e solitária. Como o bocejo de uma segunda-feira.