Olha um negócio que eu escrevi há mais de ano, vislumbrando 2008:
Estava chovendo demais para fotografar hoje. E um frio ótimo. Eu fui pras ruas com a intenção de bater fotos, mas havia aquela chuva fina e infinda – o suficiente para molhar meus cabelos e vaporizar minha respiração. Uma camiseta cobre meu peito, uma camiseta de mangas compridas cobre a camiseta que cobre meu peito, um casaco com capuz cobre a camiseta de mangas compridas. É outubro que se anuncia, são os ventos do final do ano que vêm me assustar, esses ventos que anunciam um outro ano acabando – esses sopros sempre me pegam distraído. Mas quando assim eles me surpreendem, eu me abro em sorriso contido, um contentamento provocado pelos dias frios que estão por vir. Eu quero mesmo é me ver desesperado com o frio, sem ter para onde fugir, cuspindo cubos de gelo e espirrando pó. Quero só ver o que é do corpo quando despido por essas temperaturas mínimas. Quero só ver.
E agora, inícios de 2009, assim está:

E agora, inícios de 2009, assim está:
Desta varanda eu já vi balões em dias quentes de um abril. Cadê os dias que nunca páram?
Todo o tempo é sempre agora?
Eu acho que sim.