quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Amigo, ou bote o notebook no seguro, ou desista de tê-lo. Não dá certo ter no colo isso não, você não serve pra um notebook. Essa ira que se desenvolve no teu corpo quando qualquer detalhe falha no processamento dos dados, quando a imagem não é anexa ao e-mail, quando o relatório quer porque quer ser enviado à central do Windows (onde será a central do Windows?, pra mim é como imaginar a Acrópole, é o Templo do nosso Tempo); enfim, quando qualquer item em andamento sai da rota no pc o senhor olha logo pra janela ao lado e pensa, O melhor lugar pra essa porra é lá embaixo, todo aos pedaços, fios à mostra, fratura exposta. E é a sua maior vontade, e você pensa que se estivesse bêbado, seria bem capaz de mesmo jogar essa máquina lixo pela janela sem pensar em educação ambiental, e torcendo pra atingir a cabeça de uma criança mimada, de preferência um dos filhos do cínico do síndico. Pois imagine, imagine, meu amigo, se o computador estivesse solto em tuas mãos, pronto a ser levado a qualquer destino, janela abaixo, descarga adentro, mar afora, imagine como seria difícil reter esse impulso primordial de afastar de ti o cálice da desgraça. Oh imagine, imagine. E nem queira, pois, esse notebuque. Gaste o dinheiro passando uns dias na Ponta do Mel.