Pra que ficar com o que não presta, certo? E pra que abdicar do prazer, não é mesmo?
Por isso, come-se o dobro do que o estômago suporta e, após o prazer do paladar e do desejo de saciedade, posiciona-se o dedo na parte posterior da língua, fazendo movimentos de vai e vem em volta de um ponto imaginário antes das glândulas paratireóides. O timo, por sua vez, receberá estímulos musculares, gerando espasmos no sentido anti-natural por todo o esôfago. Desse modo, o que viraria depósito de gordura, transforma-se em lixo e vai, do vaso sanitário, direto para o esgoto. É o que o senso comum costuma chamar de vômito.
Se o darwinismo nos acusa de estarmos sofrendo um processo de exclusão evolutiva pelo fato de ainda acumularmos energia quando não mais precisamos dessa reserva, faremos o possível para permanecermos na cadeia animal. Somos capazes de burlar qualquer mecanismo instintivo de auto-extinção, afinal manteremos nosso hormônio de impulso à eternidade perene. Fim.