Viver é pra poucos.
Eu não estou na lista.
Quando eu nasci um ganso porco
vibrou cornetas: "Vai, louco!, ser suicida.
Mas não serás dos breves
resolutivos homens
que se acabam num ato.
Com tua arma, a lucidez,
te apagarás aos poucos,
pelos poros, em tortura,
exalando a seiva espessa
de um eu coagulado em vida."
As pernas, os bondes, as rimas,
meu deus, por que tudo me desanima
Quando foi que perdi a fé
Por que não me abandonaste?