segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Todos sabem que é muito confortável um deus assim tão caridoso a ponto de só provocar sofrimento com o objetivo de educar. Um deus desses não poderia ser menos louvável. Acontece que ele nunca se fez crível aos meus conectivos neuronais; os sofrimentos que eu presenciei nem sempre resultaram em algo além de dor. Enquanto a bondade divina, assim tão perfeita, não se apresentar de fato a mim, eu não encontro justificativa para lhe dar crédito pelo que alcancei por esforço próprio. Que não levem de mim os meus poucos méritos. Mas esse deus é tão bondoso que, se existisse, seria entediante, muito pouco interessante, monotemático. Eu teria compaixão por uma divindade tão previsível e presa aos seus próprios ideais. Eu prefiro tudo o que é falível. Eu só acredito naquilo que falha.
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