A pessoa vai chegando a um certo ponto do tempo em que se pergunta sobre a dor ser algo natural ou anti-natural, quem fez o insuportável parecer tão expontâneo, deus ou o homem, ou o acaso faz com que a vida já abra suas portas num grito desesperador?, a vida que rasga as dobras daquela que pacientemente lhe apascentou.
- Mãe, milagre.
Nesse ponto temporal a pessoa também se pergunta se as tripas suportarão tamanha agonia em nome de uma nova fé. Porque ora, ora, na era dos deuses enterrados em suas tumbas-templos, sobra-nos acreditar no que nos sucede: nossa própria cria. Deuses somos nós. Corajosos deuses, doadores de vida.
