segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Por ora, dois exemplos de libertação exigida:

Leibniz: convocado aos 21 anos para lecionar na Universidade de Leipzig, renegou o convite a fim de viver no mundo e passou a exercer cargos através dos quais pudesse viajar.

Spinoza: recusou a oferta de uma cadeira de Filosofia na Universidade de Heidelberg, pois preferia ficar solitário e autônomo, filosofando “segundo suas próprias idéias.”


Afinal, qualquer pensamento que se pretenda autêntico não aceita o cerceamento. E mesmo os conhecimentos originais surgidos dentro dos muros acadêmicos naturalmente ignoram tais barreiras em sua difusão. O importante, afinal, é levar em consideração que o muro não significa fronteira. O novo surge de qualquer lado e é capaz até de surgir na própria cerca, em meio às margens. A fertilidade intelectual se dá onde a semente se encontra, e não no solo onde a aragem é marcada. O gênio-semente germina-se onde estiver porque se adapta e faz nutritivo o que tem à disposição. A criação genial, enfim, independe de “condições propícias”, porque o próprio criador inventa suas condições. Dentro ou fora da Universidade: no Heidegger reitor universitário; no Spinoza fazedor de lentes oculares. O lugar do gênio é ele mesmo.

Por ora, isso.