Aonde nos leva isso tudo? Me diz aí qual é de fato o fim maior, o ponto em que se mira quando se age em qualquer direção. Eu quero saber, eu estou pronto pra saber, quem vai soprar no meu ouvido o nome daquilo a que nos destinamos?
Porque, que eu saiba, todos somos vontade por natureza. Mau ou bom, o caminho que o indivíduo percorre pra efetivar sua própria vontade pouco importa, exceto por sua destreza. Digo: quanto mais curto e, ao mesmo tempo, certeiro, melhor o caminho. Entendo por certeiro aquele rumo que obrigatoriamente leva ao fim da vontade, ou seja, à saciação plena. E se a vontade é afirmar-se (na reprodução, na permanência além-morte), tudo é mais que permitido, de dança do acasalamento a grandes valores em dinheiro [qualé teu preço, meu bem]; de rinoplastias a decotes rasgados. Tudo para o fim maior: ficar um pouco mais, correr contra a finitude (a qual sabemos inescapável). Tudo bem que eu dei um salto entre a idéia de gozo do desejo saciado e a "vontade de ficar um pouco mais", mas você entende que o próprio prazer da saciedade gera a pergunta: por que é tão bom?
Pois a única resposta plausível que me vem à mente para tal pergunta é exatamente essa: é bom o gosto do prazer saciado porque nos permite uma pequena prova do que seria a infinitude. O gozo, meus amigos, é o mais próximo do sem-fim. E quem não vai querer mais e mais, hein?, repetir a experiência do sem-fim?
Eu quero.
Mas eu insisto, porque a dúvida dá um passo mas permanece: qual é então a finalidade de ficar um pouco mais?
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